Com o passar dos anos, qualquer PC Gamer, por mais potente que seja, eventualmente demonstrará sinais de que já está ficando ultrapsssado. Isso leva muitos jogadores a buscarem upgrades pra acompanhar os jogos mais recentes. Alternativas como overclock podem ajudar em alguns cenários, mas, geralmente, o ganho de desempenho é bem limitado. Tecnologias de upscaling, como DLSS, FSR ou XeSS, oferecem soluções eficazes, mas nem sempre estão disponíveis em todos os jogos, e um upgrade de placa de vídeo muitas vezes não cabe no bolso.
Uma opção para essas situações pode ser o Lossless Scaling, que possibilita rodar jogos com taxas de quadros mais suaves em sistemas menos potentes utilizando Inteligência Artificial.
O que é o Lossless Scaling?
O Lossless Scaling é um aplicativo pago que combina upscaling de imagem ( converte a imagem em resolução baixa para uma maior ) com ferramentas de geração de quadros por IA. Ele foi projetado para melhorar a experiência visual e de desempenho em jogos que não possuem suporte nativo para essas tecnologias, como DLSS e o FSR, sendo especialmente popular entre modders e usuários de emuladores. Embora não seja uma ferramenta perfeita ou de uso intuitivo, cada atualização tem ampliado sua popularidade.
Na versão mais recente, LSFG 3 (Lossless Scaling Frame Generation 3), o aplicativo trouxe avanços importantes em comparação com sua versão anterior. Ele foi pioneiro ao introduzir tecnologia de geração de quadros X3 e, posteriormente, X4. Agora, permite multiplicadores de até X10 e X20. Apesar disso, em multiplicadores tão altos, artefatos visuais tornam os jogos praticamente injogáveis, sendo mais útil para títulos emulados ou jogos mais lentos. A recomendação geral continua sendo o uso dos modos X2 ou X3, que apresentam melhorias perceptíveis sem comprometer a experiência.

Diferentemente de soluções que dependem de integração direta com os jogos, o LSFG funciona como qualquer outra ferramenta de sistema, oferecendo perfis configuráveis por jogo. Embora não seja tão eficiente quanto tecnologias nativas ou ferramentas de nível de driver, como o Hyper-RX da AMD, o LSFG muitas vezes é a única solução disponível para certos jogos.
Configurando o Lossless Scaling
Antes de começar, é importante garantir que a sua placa de vídeo não esteja operando a 100% de uso. O Lossless Scaling utiliza recursos adicionais da GPU, sendo recomendável deixar uma margem de 15 a 20% de capacidade disponível. Se sua GPU estiver no limite, considere reduzir a qualidade gráfica dos jogos para liberar recursos.
Adicionando o programa à sua biblioteca
O Lossless Scaling pode ser adquirido através da Steam, atualmente custando R$ 16,99. Após a instalação, siga os passos abaixo para configurá-lo:

Ajustando o Modo de Escala

- Modo Automático: Escalona automaticamente a resolução do jogo, desde que ele esteja configurado em modo janela ou tela cheia sem bordas. É o modo mais recomendado para facilidade de uso.
- Modo Personalizado: Ideal para placas de vídeo de baixo desempenho. Permite ajustar o fator de escala manualmente, equilibrando qualidade de imagem e performance.
Fatores de Redirecionamento

- 1.0: Resolução Nativa
- 1.3: Ultra Qualidade
- 1.5: Qualidade
- 1.7: Equilibrado
- 2.0: Desempenho
Aplicando o Escalonamento
- Altere o modo de exibição do jogo para “Janela” ou “Tela Cheia sem Bordas”.
- Configure o Lossless Scaling no modo de escala desejado.
- Clique em “Aplicar Dimensionamento” e volte para a janela do jogo em até 5 segundos para que as alterações sejam aplicadas.
Atalhos de Teclado
Você pode configurar uma tecla de atalho para ativar o escalonamento rapidamente. Por padrão, o atalho é F9, mas ele pode ser alterado na aba de configurações do aplicativo.
Escolhendo o Melhor Tipo de Escala

- AMD FSR: Recomendado para jogos modernos.
- LS1: Oferece resultados superiores, mas pode apresentar nitidez excessiva.
- xBR: Ideal para jogos de pixel art.
- Anime4K: Melhor para animações ou gráficos desenhados.
Configurando a Geração de Quadros

- Acesse o menu “Geração de Quadros” e selecione o modo desejado (x2, x3 ou x4):
- x2: Dobra a taxa de quadros (ex.: 30 FPS → 60 FPS).
- x3: Triplica a taxa de quadros (ex.: 30 FPS → 90 FPS).
- x4: Quadruplica a taxa de quadros, ideal para monitores de alta atualização (240 Hz).
- Ajuste o “Modo de Sincronização” para permitir taxas de quadros além do limite do monitor.
- Configure a “Latência Máxima de Quadros”:
- NVIDIA: Valor recomendado é 1.
- AMD: Recomenda-se entre 2 e 3.
- Ative o modo “Desempenho” para evitar artefatos visuais em placas mais modestas.
Problemas comuns e soluções
- Compatibilidade com Placas NVIDIA: Alguns usuários relatam falhas ao usar o programa com OBS ou outras ferramentas de gravação. Solução: Desative aplicativos de fundo e utilize uma placa de captura, se possível.
- Quedas de Desempenho: Certifique-se de que a GPU não está no limite e ajuste a taxa de quadros base para evitar stuttering.
- Tela Preta: Verifique a API de captura (recomenda-se DXGI).
Pontos positivos do Lossless Scaling
- Geração de quadros acessível: O recurso de frame generation é funcional e possibilita um aumento perceptível na fluidez dos jogos, especialmente em títulos single-player de ritmo mais lento.
- Variedade de algoritmos de upscaling: Além dos algoritmos populares, como FSR e Nvidia Image Scaling, o aplicativo conta com o LS1, que oferece bom equilíbrio entre desempenho e qualidade visual.
- Compatibilidade ampla: O Lossless Scaling funciona com a maioria dos jogos que suportam modo Janela ( Borderless Window ), ampliando suas possibilidades de uso.
- Melhorias na versão 3.0: Com a nova atualização, o aplicativo está mais estável, com desempenho otimizado para diferentes configurações de hardware.
Limitações do Lossless Scaling
Apesar dos benefícios, o aplicativo também apresenta alguns contratempos:
- Artefatos visuais: O uso de quadros gerados artificialmente pode resultar em glitches e artefatos. Esses problemas são mais comuns no modo X3 ou quando o aplicativo está configurado em modo de desempenho.
- Input lag: Jogos que exigem precisão e reflexos rápidos, como Elden Ring ou Armored Core VI, sofrem com atrasos nos comandos, o que pode impactar negativamente a experiência.
- Incompatibilidade com VRR: Tecnologias como G-Sync e FreeSync não funcionam corretamente com o Lossless Scaling, limitando sua aplicação em alguns monitores.
- Dependência de FPS base: Para uma experiência suave, é necessário manter um FPS mínimo estável. Em situações de quedas abruptas de desempenho, o jogo pode apresentar stuttering momentâneo.
Vale a pena usar?
O Lossless Scaling é uma ferramenta complementar para quem busca melhorar a performance de jogos em hardware mais antigo ou limitado. Ele oferece soluções interessantes, como a geração de quadros e uma ampla seleção de algoritmos de upscaling, mas também possui limitações que devem ser consideradas antes de sua utilização.
Não vai ser a melhor solução pra jogos rápidos como FPS ou eSports. Mas se você gosta de títulos de outros gêneros e não tem hardware suficiente, não há razão para não dar uma chance ao Lossless Scaling!